Num mundo em acelerada mudança, as organizações que tiverem os líderes mais maduros – e isto nada tem a ver com idade – e flexíveis, ganham em agilidade e inovação. E assumir novos desafios e responsabilidades em liderança, sobretudo na gestão de topo, envolve um grande salto de maturidade.
O desenvolvimento horizontal é uma abordagem tradicional de crescimento por via de formação, mentoria, consultoria, leituras, conselhos e tudo o que são aprendizagens de fora para dentro. Isto é, em que alguém que sabe mais ou tem mais experiência, partilha conhecimento, aconselha, orienta, ensina. Refere-se à adição de conhecimentos, aptidões e competências.
Mas quando se trata de avançar em maturidade e capacidade de pensamento, falamos de estímulos a tomadas de consciência e aprendizagem orgânica – neste caso, falamos de desenvolvimento vertical. Porque ninguém, a não ser o próprio, pode explorar, descobrir e concluir por si. A partir do que recebe de fora, é certo, mas sobretudo segundo um processo de dentro para fora que conduz a uma capacidade de pensar de formas mais complexas, sistémicas, estratégicas e interdependentes.
A compreensão de que podemos crescer verticalmente, por fases, pode ajudar-nos a reestruturar o trabalho para nos tornarmos líderes mais eficazes. Os temas que são trabalhados em coaching para gestão de topo não têm fim e são únicos de cada cliente, por estarem num contexto específico e terem uma história sempre singular. Falamos de temas no domínio do pensamento estratégico; visão e objetivos; propósito; resultados de negócio; consciência sistémica; antecipação de impactos; análise de situações complexas; avaliação riscos; tomada de decisões [resolver encruzilhadas]; inteligência política; inteligência emocional [autoconhecimento emocional; gestão das emoções; empatia; comunicação construtiva e autêntica; gestão de conflitos; capacidade de influência; dinâmicas interpessoais difíceis; desenvolvimento dos outros; gestão da mudança; gestão da energia pessoal e equilíbrio de vida].
O desenvolvimento vertical não depende de estratégias, mas de instalar condições específicas, com potencial para o desencadear. Saber fazê-lo é parte da arte e ciência do coaching executivo e inclui o estímulo a conhecer-se nas suas múltiplas dimensões, e a partir desse autoconhecimento, descobrir a sua assinatura enquanto líder transformador, capaz de gerir equipas com níveis de autonomia e maturidade avançados. E de lidar eficazmente com a complexidade, ambiguidade e constante mudança que caracterizam o contexto em que vivemos. O único pré-requisito para esse desenvolvimento é a vontade de evoluir para níveis de inteligência global cada vez mais avançados, independentemente da idade, experiência profissional ou outros fatores.